quarta-feira, 18 de maio de 2016

#7- Grito Silencioso




 Me sentia estranhamente atraído por o canto escuro do meu quarto que emitia alguns ruídos quando eu passava perto. Curioso, me aproximei outra vez e notei uma mulher de olhos arregalados olhando fixamente para mim. Ela tentava gritar, mas seus esforços eram suprimidos por uma linha que transpassava seus lábios firmemente.
  Com uma força imensurável ela se atirou sobre mim, me imobilizando com facilidade. Ela chacoalhava meus ombros avidamente, tentando dizer algo, e então fincando suas unhas que mais se pareciam com garras em meus lábios. Finalmente eu acordei, desesperado, parecia que ainda sentia aquela dor terrível, tão terrível que eu tentei gritar, em vão. Foi tudo um sonho, mas eu não conseguia gritar, não conseguia falar.
  Tudo ao meu redor era escuro e eu ouvia barulhos de todos os lados. Quando minha visão se habituou, estranhei aquele cômodo, não era  o meu quarto. Então um abajur foi acesso e uma garota veio em minha direção, franzindo o cenho. Em pouco tempo, sua expressão se tornou aterrorizada. Eu tentei falar, juro que tentei. Mas eu mesmo me senti paralisar quando notei, refletindo em seus olhos, a minha imagem com os lábios costurados.

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